O fim de ano é um momento profundamente simbólico para o ser humano. É a morte e o renascimento do tempo e do mundo.
Há dois anos, nós entramos em uma curva decisiva na história dos seres humanos neste planeta, um momento em que o sistema passa por uma crise global, após um grande acúmulo de ações nesse sentido. Nesse ínterim, as sementes de um novo sistema estão sendo cultivadas dentro dele. Se o processo for evoluindo, os melhores recursos do sistema que está decadente permanecerão no sistema que está emergente.
Nós estamos enfrentando um período de transformação e cada um de nós faz parte dessa mudança. Cada um de nós escolhe seu papel como ator e/ou objeto dessa grande transformação.
Nosso desejo para este ano é não ter medo de observar o caos em seus diversos aspectos, sem estarmos obcecados por ele, reconhecer a violência e nunca justificá-la ou ser cúmplice dela, não se deixar levar pelos discursos raivosos, mas sempre dar tempo para pensar antes de agir e reconhecer seus erros antes de repeti-los.
Gostaríamos que todos pudessem criar e fortalecer um centro de gravidade interno que nos permita agir com base no que pensamos e sentimos.
Desejamos que todos possam construir comunidades de amor, onde o respeito pelas diferentes opiniões seja genuíno e onde a não violência seja a substância da ação, não a forma.
Saudações,
Equipe editorial francesa
Tradução: Aline Arana / Revisão: Samila Matos