LITERATURA
Por Sabine Mendes Moura
“Reflexões no Brasil Pós-Golpe” terá parte de suas vendas destinada à publicação de autores da periferia de São Paulo.
Em novembro de 2021, um grupo de intelectuais brasileiros — incluindo personalidades como Christian Dunker, Elika Takimoto, Manoel Herzog, Veronica Stigger e Xico Sá —, lançou um ato coletivo de resistência ao panorama político instituído no Brasil desde o golpe parlamentar de 2016. A ideia era recuperar, em crônicas, contos e ensaios, análises atualizadas sobre atmosfera social do país nos últimos anos.
Assim surgiu Reflexões no Brasil Pós-Golpe, coletânea-manifesto organizada por Janderson Lacerda, Jean Pierre Chauvin e Vitto Graziano que, agora, chega à reta final de sua campanha de financiamento coletivo na plataforma Catarse. “Esta coletânea tem propósito crítico e caráter combativo”, lê-se na apresentação da campanha que já atingiu 63% de sua meta inicial.
O tom de urgência do livro pode ser conferido nos trechos já disponibilizados pela Luva Editora. “Tudo se passa como se o problema da forma mercadoria pudesse ser reduzido às atitudes de pessoas ruins, gananciosas demais, hedonistas que sofrem com ambição descontrolada”, escreve Christian Dunker.
Entre observações sobre a insegurança cotidiana, a falta de acesso à educação e o obscurantismo imperante, o texto de Elika Takimoto sustenta: “Minhas reflexões por aqui têm ido no sentido de imaginar uma nova forma social que substituirá essa ordem mundial liberal-capitalista”.
No que diz respeito a propostas para o futuro, Reflexões no Brasil Pós-Golpe não pretende apenas denunciar o desmonte da democracia brasileira, mas também contra-atacar: 25% dos recursos arrecadados serão destinados à publicação de autores da periferia de São Paulo em 2022. Para isso, estabeleceu uma parceria com o projeto Incubadora de Sonhos, que já lançou nove autores de regiões periféricas do Rio e da Baixada Fluminense.
Interessados podem apoiar o projeto visitando a página https://www.catarse.me/reflexoes_pos_golpe até dia 14 de janeiro.
