CRÔNICA

Por Valéria Soares

 

A ansiedade a consumia.

Já havia comido salgados, já havia comido doces, já tinha pensado, já tinha parado de pensar… Nada! Absolutamente nada resolvia aquele incômodo no peito, aquele nó na garganta, aquela ideia teimosa em sua cabeça.

Pensou em sair, mas já era muito tarde e perigoso. Arrumaria os armários! Estava cansada demais para isso. Um filme! Isso! Um bom filme era o remédio! Não conseguiu se concentrar.

Pânico. Caminhou nervosa pelo pequeno apartamento. Ouviu um pouco de música. Respirou fundo várias vezes… Desistiu.

Ligou o computador e na branca folha virtual, despejou suas mais profundas angústias.

Estava feito. Dormiu como um bebê.