Sem distinção de gênero, idade ou região, um novo estudo realizado pela UNESCO, concluiu que o aquecimento global e a perda de biodiversidade são os desafios que os cidadãos do mundo entendem como os mais urgentes.

A pesquisa “The World in 2030” (O Mundo em 2030) realizou uma pesquisa aberta na internet entre maio e setembro de 2020 em mais de 25 idiomas, realizada junto 15.000 pessoas pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), reflete o mal-estar de muitos jovens: 57% dos entrevistados tinham menos de 35 anos e 35% menos de 25.

67% dos cidadãos do mundo considera que o desafio mais importante que enfrentamos é a mudança climática e a perda de biodiversidade foram os mais selecionados de acordo com o questionário publicado em 31 de março de 2021.Trata-se de uma preocupação universal para quem não vive em um conflito ou uma guerra, como é para homens e mulheres, e jovens e adultos, sem importar com a região que residam.

  As pessoas que se identificaram neste desafio estavam mais preocupadas com o aumento dos desastres naturais e o clima extremo, a perda de biodiversidade, o risco de conflito ou violência, os impactos nos oceanos e o que é mais crítico que há uma esperança cada vez menor de resolver o problema.

A ansiedade com o futuro do clima e da biodiversidade, que foi a opção escolhida em primeiro lugar por 67 % dos entrevistados, está por a frente de outros assuntos também motivo de preocupação para estes, tais como a violência e o conflito, também selecionados por 44% deles a discriminação e a desigualdade, selecionados por 43% ou a escassez de alimentos, água e moradia que também preocupa 42%. No total, os entrevistados puderam selecionar entre 11 desafios de caráter universal também.

Para enfrentar o desafio que foi apresentado, o clima e a biodiversidade, os entrevistados preferiram investir em soluções ecológicas, a educação sobre sustentabilidade, a promoção da cooperação internacional e a construção de confiança na ciência.

“Necessitam maiores esforços para atender às preocupações específicas das pessoas e o multilateralismo e a forma de fazer. Restaurar a confiança no multilateralismo requer a implementação de projetos concretos e impactantes e esse é o núcleo do papel da nossa organização”. Declarou Audrey Azoulay – Diretora Geral da UNESCO.

  A educação é a principal solução

A educação em suas diversas formas foi destacada como solução crucial as muitas dificuldades que enfrentamos, com apelos para o ensino da paz, não violência, tolerância cultural, direitos humanos, alfabetização mediática, ciência e tecnologia. As soluções baseadas na educação são a solução número 1 para 7 dos 11 desafios incluídos na pesquisa.    

A educação e a aprendizagem também se destacaram como a área da sociedade que mais precisa repensar a luz da pandemia de COVID-2019 (47%) seguida da relação entre os seres humanos e a natureza (45%) e a cooperação científica e o intercâmbio de pesquisas (40%).

Enquanto 95% dos entrevistados disseram que a cooperação entre países era importante para superar estes desafios, somente um em cada quatro entrevistados relatou se sentir confiante de que o mundo pode finalmente conseguir. Em conjunto, os resultados sugerem não uma falta de reconhecimento da importância do multilateralismo, mas uma crise de fé na sua eficácia.

O relatório completo de 68 páginas, também contém informações sobre as preocupações específicas que induzem à ansiedade e que devem ser abordadas na próxima década. Além disso, analisa os resultados em toda a região, o gênero, a idade e outras linhas demográficas, apresentando um retrato complexo e valioso do sentimento global sobre estes temas chaves.

O relatório completo somente em inglês “The World in 2030: public survey report” pode baixar do seguinte link 

https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000375950.locale=en

América Latina e o Caribe

As mudanças climáticas e a perda de biodiversidade são o principal desafio da América Latina e o Caribe, que preocupa 66% dos entrevistados, seguido da discriminação e da desigualdade (50%), a falta de alimentos, água e moradia (49%) e a falta de trabalhos decentes e oportunidades (36%).

Conclusão 

Embora exista um grande número de políticas públicas voltadas para a adoção e mitigação das mudanças climáticas e conservação da biodiversidade, os governos devem manter e melhorar os processos ecológicos e culturais nas florestas nativas que beneficiam a sociedade; conservar a qualidade do solo e da água, garantir a conservação dos ecossistemas, da biodiversidade e promover a criação de áreas naturais protegidas.

 Devemos mudar a maneira como as pessoas pensam e agem para “mudar as mentalidades, não o clima”, e a educação é essencial para que essa transformação radical e necessária aconteça.

Fonte: UN/UNESCO/AAPM

*Presidente/ Associação Amigos dos Parques Nacionais (APPN) 

Especialistas em Comissões Mundiais de Áreas Protegidas (WCPA) e 

Educação e Comunicação (CEC)

União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN)


Traduzido do espanhol por Ivy Miravalles / Revisado por Tatiana Elizabeth