Centenas de pessoas tiveram o privilégio de ouvir o presidente do Estado Plurinacional da Bolívia, Luis Alberto Arce, na Nave Coletiva, sede da Mídia NINJA em São Paulo, na tarde desta segunda-feira (5).
Por Mauro Utida
À convite da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e com apoio do Movimento dos Economistas pela Democracia e Contra a Barbárie, Arce apresentou o painel “Modelo Económico Social Comunitario Productivo” (Modelo Econômico Social Comunitário Produtivo), que permitiu que o país alcançasse o maior crescimento da região por seis anos consecutivos.
Os números que são exemplos para os países do continente latino-americano são baseados na recuperação dos recursos naturais, nacionalização e industrialização, destaca o presidente. O modelo que começou com Evo Morales em 2006 e foi retomado por Luis Arce com a vitória nas eleições democráticas em outubro de 2020 – após o golpe de estado que atingiu o país no ano anterior -, conseguiu levar o crescimento econômico no país com a melhoria na qualidade de vida da população.
Segundo Arce, o modelo econômico implantado na Bolívia foi uma proposta como alternativa ao neoliberalismo que não resolveu os problemas sociais do país por duas décadas implantadas, até Evo assumir o poder. Segundo Arce, o sistema econômico social do governo boliviano se baseia no combate às crises climáticas, energéticas, alimentares, hídricas, macroeconômicas, institucionais e sanitárias.
“O modelo neoliberal não tem a essência de resolver problemas sociais e o nosso objetivo é resolver um problema econômico social. Não de um grupo e não para alguns, mas para o comunitário, valorizando o resgate das culturas indígenas e promovendo ações contra as crises climáticas”, explicou.
O resultado alcançado desde 2006 pelo governo progressista boliviano prova que o modelo econômico comunitário produtivo, com a valorização dos recursos naturais e o investimento interno, pode trazer números surpreendentes. Entre 2005 e 2021, a Bolívia foi um dos países que mais diminuiu a pobreza e a desigualdade social na América Latina. Neste período a desigualdade social caiu em 20 vezes e a taxa de mortalidade da população subiu em 11 anos, passado de 64 anos para 75, chegando próxima ao Brasil que é de 77.
Outro dado de destaque é a taxa de desemprego do país que se encontra em 6% e o PIB com possibilidade desse índice voltar ao patamar do período pré-pandemia. Além disso, a Bolívia é o país com a menor taxa inflacionária dos vizinhos latino-americanos. Entre as medidas propostas por economistas brasileiros que participaram do evento foi a inclusão do país no Bloco do Mercosul, que depende da aprovação do Congresso Nacional e um novo pacto Pan-Amazônico para o desenvolvimento sustentável da Floresta Amazônica entre os países que integram o território.